Resumo
O descarte incorreto do óleo residual de frituras que é despejado na pia das cozinhas passa pelos canos da rede de esgoto ficando em parte retido na forma de gordura, o que atrai pragas que podem causar várias doenças, tais como: leptospirose, febre tifoide, cólera, salmonelose, hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. Parte do óleo incrustado nos encanamentos dificulta a passagem das águas pluviais causando extravasamento de água na rede de esgoto e o seu entupimento. Algumas pessoas estocam o óleo residual em sacolas plásticas ou em outros recipientes, porém, acabam descartando no lixo comum ou lançados diretamente na rede de esgoto, gerando uma série de malefícios ao meio ambiente, como a impermeabilização e a contaminação do solo, entupimento de redes de esgoto e poluição dos lençóis freáticos, parte desses resíduos chegam aos mananciais e ficam na superfície dos rios e lagos, impedindo a entrada de luz e oxigênio, causando a morte de várias espécies aquáticas (algas microscópicas que vivem em rios e mares, que produzem oxigênio) que dependem da luz para desenvolver-se e sobreviver, provocando consequências sérias, pois o fitoplâncton está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, servindo de alimento para organismos maiores que também poderão morrer. Nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) faz-se necessário o uso de produtos químicos poluentes para desentupir essas instalações, o que leva a mais poluição e a mais gastos econômicos. Estudos indicam que um litro de óleo pode contaminar mais de 20 mil litros de água, segundo o educador ambiental Felipe Morais. No Brasil, estima-se a produção de três bilhões de litros de óleo vegetal comestível por ano. Deste total, apenas 2,5% é reutilizado para alguma finalidade, enquanto que o restante é indevidamente descartado, pela população e indústrias, nos solos, e na redes de esgoto, ou ainda, incinerados (ABIOVE, 2012).
Referências
FILHO, S. T.; SENA, M, F. M .; SILVA, E, R.; CABRAL, G, B.; MARANHÃO. F. S.; Sistema de análise estequiométrica para produção de sabão a partir do óleo vegetal residual: uma estratégia para redução do impacto ambiental. Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Duque de Caxias – RJ, 2013.
GOUVEA, L. P.; DOURADO, M. T.; JORDÃO, S. J.; MESKO, M. F.; PEREIRA, C. M. P. Reutilização de óleos comestíveis na confecção de sabões: uma alternativa de reciclagem. Disponível em: < http://www.ufpel.edu.br/cic/2010/cd/cb.htm>. Acesso em 02 out. 2023.
FOLHA DO CENTRO. 2009. Esgoto não é lugar de óleo de cozinha. Disponível em: . Acesso em: 03 out. 2023.
NOGUEIRA, G. R.; BEBER, J. 2009. Proposta de metodologia para o gerenciamento de óleo vegetal residual oriundo de frituras. Tese de Mestrado em Bioenergia. Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Irati. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2023.